sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Tudo O Que Não Sei Dizer

*O reflexo vago, vasto da lagrima caída que não se nota. Um fantasma que me puxa o pé e me acaricia como seu último gesto de crueldade a cada silhueta de asfalto. Vontade de sair rasgando tudo. 

*Encaro a faca da cozinha por nove minutos. Confiro: afiadíssima. Como num segredo, em alto e bom som, ecoa o medo inexorável que se instalou dentro de mim quando não te senti mais ali. Mas isso não parece ter importância visto que tua vontade de confundir alhos com bugalhos é tamanha. 

 *Poderia passar três semanas num monólogo dissertando sobre tuas qualidades. Teu jeito arredio e forte de ser tão parecido com o meu. Teu sorriso de canto de boca. Tua cabeça enorme, cheia de ideias bobas e geniais. A felicidade que me dá ao ouvir tua batida tão tua toda vez que você chega. A vontade de fugir pra qualquer lugar e plantar batatas contigo. Teu corpo quente. Tua presença que não aceita mais ou menos: ou está ou não (tenho aprendido muito com isso...e o que é pior: ficado mais exigente-não entendo como poderia pois já atingi a cota). Poderia tentar te convencer disso tudo e do amor que sinto toda vez que olho nos teus olhos. Mas preciso que você lembre: a câmera deve focar naquilo que realmente interessa, no que queremos filmar e guardar para todo sempre ou até quando a memória e principalmente a bateria aguentar.

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